Primeira Aparição de Nossa Senhora com três rosas no peito
13 de julho de 1947
13 de julho de 1947
Texto extraído do Diário de Pierina Gilli:
Eram mais ou menos quatro horas da madrugada do dia 13 de julho de 1947, e eu estava no quarto do hospital de Montichiari.
Estava rezando, pois havia sido avisada por Santa Maria Crucifixa da vinda de Nossa Senhora. Estavam presentes algumas irmãs.
Em um belo momento, chegou Santa Crucifixa, que me convidou para rezar o Ato de Contrição. Depois de alguns minutos de silêncio, dirigiu sua cabeça para o lado direito esperando pela vinda de alguém. Novamente ouvi um suave ruído, como uma suave brisa batendo em uma pessoa, trazendo uma verdadeira alegria, sem saber por quê.
Logo após esse doce aviso, vi uma luz belíssima, muito brilhante, rasgando-se ao meio como uma nuvem que deixa transparecer os raios de sol. No meio dessa luz, vi aparecer uma belíssima senhora vestida de branco, como se o vestido fosse feito de um cetim finíssimo; no mesmo resplendor do cândido vestido vi reflexos de luz prateada.
Um manto também de cor branca, amarrado de baixo do queixo, descia da cabeça até os pés, deixando entrever sobre a testa fios de cabelos ondulados de cor castanho-claro. O manto e o vestido tinham a mesma candura e as bordas eram levemente bordadas de ouro. Digo bordadas porque tinham as características de um bordado, mas eram formadas de outra transparência de luz, cor de ouro, dando a impressão de se tratar de um bordado.
Em sua presença, não fiquei com vergonha por estar repleta de pecados. Pelo contrário, o seu olhar de bondade espalhou em minha alma uma alegria tão grande que exclamei: 'Oh! Como és linda!' Desejava aproximar-me dela para que me levasse para o Paraíso.
Por meio de seu olhar, entendi que esse meu desejo não seria realizado. Então, fui a primeira a falar. Apesar de ter certeza de estar diante de Nossa Senhora, perguntei: 'Por favor, quem é você?' Ela sorriu com complacência. A sua atitude majestosa era um convite à confiança. Com grande doçura, respondeu-me:
«Eu sou a Mãe de Jesus e a Mãe de todos vós.»
Quão magnífico era o rosto de Nossa Senhora! De todas as pessoas que conheci, nenhuma possuía rosto semelhante. Era muito belo, com traços delicados, róseo e olhos escuros. Não sei dizer qual era a sua idade. O seu semblante não era de mocinha. O seu rosto era jovem, majestoso. Calculo que deveria ter entre vinte, vinte e cinco ou até trinta anos pela sua personalidade.
Enquanto estava falando, Nossa Senhora abriu os Braços que até então estavam unidos. Anteriormente, ao realizar esse gesto, e ao mesmo tempo abrindo o manto, mostrava me as espadas cravadas no peito, mas agora não estavam mais lá! No seu lugar, destacavam-se três lindíssimas Rosas de cor branca, vermelha e amarela com reflexos dourados. Abaixei o olhar espontaneamente e vi no chão as três espadas aos pés de Nossa Senhora, no meio de muitas rosas da mesma cor daquelas que estavam sobre seu peito.
Levantando novamente meu olhar, observei que as rosas do peito tinham se ramificado e formado um nicho.
Nossa Senhora se encontrava no meio daquele lindíssimo roseiral. Foi a primeira vez que a vi fora da luz.
Quanta alegria invadiu meu coração ao vê-la sem as espadas cravadas no coração!
Retomou a palavra com um tom de voz de autoridade, que nos transmitia uma ordem recebida de Deus. Disse:
«Nosso Senhor envia-me para levar uma nova devoção mariana a todos os institutos e congregações religiosas masculinas e femininas, e também aos sacerdotes seculares.»
Então eu pedi uma explicação sobre os sacerdotes seculares. De fato, para mim, frades e padres eram a mesma coisa. Num mesmo instante, Nossa Senhora esboçou um sorriso de complacência, que transmitia confiança, e respondeu-me:
«Os sacerdotes seculares são aqueles que vivem em suas casas, mesmo sendo ministros de Deus, enquanto os outros vivem nos mosteiros ou congregações.»
O seu olhar ergueu-se e espalhou-se como para abraçar algo longe. Sempre sorrindo, continuou a falar:
«Prometo a todos os institutos ou congregações que me honrarem que serão por mim protegidos, terão maior florescência de vocações e menos vocações traídas, menos pessoas que ofendem ao Senhor com o pecado mortal e grande santidade entre os ministros de Deus.»
Como já falei, Ela não se dirigia somente a mim, mas parecia falar a muitas pessoas que estavam ali, ao meu redor. Disse:
«Desejo que o dia 13 de cada mês seja um DIA MARIANO. Este dia deve ser precedido de doze dias de preparação, com orações especiais. (Trezena da Rosa Mística)»
Mudando seu semblante, com uma expressão triste, continuou:
«Este dia deve ser de reparação pelas ofensas cometidas, pelas pessoas consagradas, contra o Senhor Jesus que, por seus pecados, fazem penetrar no meu Coração, e no Coração do meu Divino Filho, três agudas espadas.»
Retomou o seu suave sorriso e continuou a falar:
«Neste dia eu farei descer sobre os institutos ou congregações religiosas que me honrarem muitas graças e santidade de vocações. Este dia seja santificado com orações especiais como a Santa Missa, a Santa Comunhão, o Rosário e a Hora Santa. Desejo que o dia 13 de julho de cada ano seja festejado por todos os institutos, e é necessário que em todas as congregações ou institutos religiosos existam pessoas que vivam em espírito de oração para obter a graça de que nenhuma vocação seja traída.»
(Neste momento, parecia que a rosa branca que estava sobre seu peito brilhava com maior intensidade, como que para confirmar o seu significado. (Oração))
Depois de um momento de silêncio, sempre firme em sua atitude e com as mãos juntas, continuou:
«Desejo também que existam outras pessoas que com generosidade e amor, aceitando os sacrifícios,as provações, as humilhações para reparar as ofensas que Nosso Senhor recebe das pessoas consagradas que vivem em pecado mortal.»
(Neste momento, a rosa vermelha parecia brilhar mar p confirmar seu significado. (Sacrifício))
Em seguida, Nossa Senhora fez um instante de silêncio e retomando, disse:
«Desejo ainda que outras pessoas imolem suas vidas para reparar as traições recebidas por Nosso Senhor por causa dos sacerdotes-judas.»
(Neste momento, a rosa amarelo-ouro possuía maior brilho (Penitência)
Após um momento de interrupção, Nossa Senhora continuou com muita delicadeza e doçura:
«A imolação dessas pessoas obterá do meu coração maternal a santificação desses ministros de Deus e muitas graças sobre suas congregações. Desejo que esta minha devoção seja estendida a todos os institutos religiosos.»
Nossa Senhora ficou silenciosa durante algum tempo depois, com um sorriso de complacência e com olhar dirigido a Santa Maria Crucifixa, disse:
«Escolhi primeiro este instituto porque a Fundadora é a 'Di Rosa', que infundiu em suas filhas o espírito de caridade, e, por isso, essas filhas são todas como pequena rosas, símbolo da caridade.» Aqui esboçou um sorriso de alegria: «Eis por que apresento-me rodeada por um roseiral.»
Eu, em nome da Madre superiora, pedi a Nossa Senhora um milagre externo para testemunhar a sua vinda.
Nossa Senhora respondeu-me tristemente:
«Eu não realizarei milagre externo. O milagre mais claro acontecerá quando essas pessoas consagradas, que há muito tempo, especialmente na época da guerra, perderam seu fervor primitivo, traindo sua própria vocação e merecendo, por seus graves pecados, castigos e perseguições, como está acontecendo atualmente na Igreja, cessarem de ofender gravemente a Deus e voltarem a reviver o primitivo espírito dos seus Fundadores.»
Depois de dizer essas palavras, Nossa Senhora ficou em silencio e passou a palavra para Santa Crucifixa, que se expressou gentilmente.
Enquanto Santa Maria Crucifixa falava e fazia as últimas recomendações, Nossa Senhora, ainda mais sorridente e muito humilde, parecia dizer que sua tarefa de mensageira estava terminada, mas com um pequeno sinal acenava para se cumprir o que Santa Maria Crucifixa recomendava. Vagarosamente, a luz enfraqueceu e a linda figura de Nossa Senhora e a de Santa Maria Crucifixa desapareceram do meu olhar.
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